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BLACK FRIDAY NO BRASIL – ISTO FAZ SENTIDO?

  • Writer: José Carlos Souza Filho
    José Carlos Souza Filho
  • Sep 20, 2017
  • 3 min read

As pessoas têm acompanhado no Brasil nos últimos seis anos a celebração do “Black Friday”, onde são anunciados grandes descontos em diversos tipos de mercadorias e até para alguns serviços, fazendo com que todos se sintam mais estimulados a adquirirem mais bens fazendo jus a grandes descontos.



Mas por que ocorre e de onde vem esta denominação, meio estranha aos costumes brasileiros? O termo “Black Friday” foi criado pelo varejo americano para descrever a forte ação comercial que ocorria (e ainda ocorre) na sexta-feira (daí o nome) após o dia de Ação de Graças nos Estados Unidos (Thanksgiving Day), este por sua vez celebrado sempre na quarta quinta-feira do mês de Novembro.


Há vestígios de que a denominação surgiu no início dos anos 90 na Filadélfia, quando a polícia local chamava de Black Friday o dia seguinte ao feriado de Ação de Graças. Havia sempre muitas pessoas e congestionamentos enormes, já que a data abria o período de compras para o Natal. O termo também já foi associado com a crise financeira que atingiu os Estados Unidos em 1869. Também passou a ser usado em 1966, mas só se tornou popular em 1975 quando o uso do termo passou a ser conhecido por meio de artigos publicados em jornais, que abordavam a loucura das cidades durante o evento.


Outra provável origem do termo está associada ao maior conforto financeiro dos varejistas americanos, considerando períodos de maiores dificuldades até o dia de Ação de Graças, para as quais usavam a cor vermelha para designar as dificuldades das finanças e a cor preta para o período financeiro positivo.


Os americanos já se habituaram aos descontos oferecidos nestas épocas e aguardam ansiosamente esta data, considerada por muitos com promoções maiores que as que ocorrem no Natal. Assim, o que se pode notar é que para os americanos (que criaram a data) e para os consumidores (que a aguardam) a celebração, o momento e os descontos estão todos inseridos em certa lógica entre o tradicional e o comercial.


No Brasil, este momento de fortes vendas ocorre um pouco adiante no tempo, mais precisamente nas proximidades do Natal, época onde as pessoas, com maior poder de compra decorrente do recebimento do 13º salário, e seguindo a tradição da sazonalidade da época, vão com a mesma voracidade às compras que os americanos o fazem após a Ação de Graças.


Há alguns anos, o varejo brasileiro vem tentando absorver um pouco desta cultura através de uma celebração de algo que não parece estar muito claro na cabeça das pessoas por aqui. Nem do público e nem do comércio.


Primeiramente porque a data não é celebrada no Brasil. Assim, fica difícil para as pessoas entenderem o porquê dos descontos. Em segundo lugar, porque para o próprio varejo isto não faz muito sentido, pois por aqui se avizinha o momento onde as compras vão começar a ganhar volume e obviamente não seria o momento de grandes liquidações.


Talvez e por conta disto, muitas fraudes foram identificadas, levando o público a pensar que o oportunismo fosse maior que os descontos percebidos. Denominações como Black Fraude ou produtos vendidos pela “metade do dobro” eram usuais e uma boa parte do público passou a ver com desconfiança as promoções do Black Friday Brasil.


Mas um estudo do site E-next, especialista em comércio eletrônico no Brasil indica que neste período em 2015 a conversão de consultas em vendas no e-commerce cresceu 78%, a receita cresceu 57% e o volume de pedidos aumentou 41% em relação aos períodos anteriores à promoção, bem como caíram as reclamações sobre maquiagem de preços, divergências no check-out (preços de promoção não acatados nos Caixas das empresas) e outras dificuldades de preços para conclusão das compras.


Embora seja uma comemoração americana, nota-se incremento de vendas em outros países que estão adotando a data como mais um meio de promover vendas, como Reino Unido, Japão, Coréia do Sul, Alemanha e outros países da América Latina.


As vendas nas lojas tradicionais também tiveram crescimento nas vendas e os produtos mais procurados foram os eletrodomésticos, smartphones, eletrônicos, artigos de informática e móveis.


Neste momento mais crítico da economia brasileira, não deixa de ser positiva a constatação de que um evento local se transforme em mais uma data para incremento das vendas em nível mundial e que de certa forma, movimente um pouco mais as atividades comerciais para um melhor resultado do varejo nacional.


 
 
 

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